CANTO LOUCO DE RAUL

Meus versos parecem rúculas

O poeta escuta

É tão de ferro o berro o urro

Surdo ensurdecer da cidade

Navalha falha a palavra

Meia dúzia de esqueletos

Lêem a manchete do jornal

Afinal, para que serve a rima?

Brilhjo no olho é sinal de delírio?

O poeta na praça marcha sem esperar

O acorde final

Quem há que acorde

O grito ecoa mas não é nada

É só mais um gemido

Mais um gato que mia enquanto enfia

Metal que faz do rato

Mero artefato

É fato que um dia

Nem antes nem depois

Essa cidade vai arder

Enquanto dançarinos loucos entoarão

O canto encantado de Raul:

- O dia em que a terra parou

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 25/10/2015
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