CÃO VADIO

Um cão sem rumo

Um cão sem dono

Um cão imundo

Lambendo as latrinas do mundo

Um cão tão cão

Tal qual o irmão

Um cão anão

Tão zarolho como o breu

Uivando para a lua encoberta

Um cão sem teto

Tão desatento

Correndo insone

Contra os pneus de feltro

Cão do mundo

Rosnando pelo osso perdido

Desrecolhido e sem abrigo

Ruminando o último poema que sobrou

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 25/10/2015
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