ESCOLHO NÃO ESCOLHO

Há por trás de minha vontade, de minha escolha

Alguém que pretenda dizer-me que palavras usar?

Alguém reunindo os sons e colocando-os

no meu apontar de dedo?

Um ditado sem limites que transtorne minha pena

em doer sem pena?

Quando escaparam-me os acordes

Vieram do livre de mim,

De uma pontuação remota e incontente,

Chovendo sobre o papel qual granizo miúdo e

Prestes a derreter.

Escrevi ao tempo presente para cair em mãos diferentes.

E como já não é meu, fica sendo só seu.

Não tem cópia, nem

rascunho, nem

Memória registrada.

Veio desse lugar onde ando me escondendo

E fugiu em minha letra

Que estava há muito perdida

E de novo

Se perdeu.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 28/10/2015
Reeditado em 02/08/2018
Código do texto: T5430419
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