Sem título
Grandes e profundas raízes
Invadem leitos, rios sinuosos
Rasgam as entranhas
Dos virginais cios.
O gozo liberto de culpa
Corpo desnudo ainda trêmulo
Refém de mãos desarmadas
Voz rouca sob o pensamento.
Espreita à margem segura
Um olhar firme, arguto,
Desfolhando as vivências
No obscuro ventre rubro.
Grandes e profundas raízes
Enrijecem a tortuosa geografia
Em solo, sangue, fantasias
Rituais de sombras, luz do dia...
O gozo prende e arrasta o tempo
Disfarça as horas no ventre contraído
Madrugadas, sede, movimentos
Novas raízes desenham a dor e o prazer
Penetram a flor no calor amanhecido.
Raiz, sangue e cio...