Olhos Azuis

Nessa ótica,

A raça nórdica... É raptada por piratas africanos.

Atados pelos tornozelos,

Produto não modelo... Humano.

Sem RG, CIC,

Em Moçambique... A rês descarregada.

Avaliado pelos dentes,

Separados dos parentes... Um dono preto pra cada.

Senzala, morte, açoite,

Explorados dia e noite... Noite e dia.

Quatrocentos anos pra história,

Sem indenização, ilusória... “Alforria”.

Então celebre,

A periferia, o casebre... A escassez de pão.

Cismam com olhos azuis,

O atributo traduz... O criminoso padrão.

“Todo mundo é igual!”

É o termo usual... Nos lábios cínicos.

Pois o indivíduo “sem cor”

Percebe o desvalor... Em olhos clínicos.

Os teus rejeitam a própria aparência,

Retraídos como caramujos.

Na revista e TV só uma referência,

Lázaro Ramos,Taís Araujo.

Querem encrespar as madeixas,

Escurecer olhos e cútis.

Ante o espelho a uma se queixa,

Ser branco, quem curte?

Esse é o enredo,

“Branco azedo”... Não deixa quite.

Racismo poda acessos,

Por isso o reverso... Não existe.