A CUMPRIR O OUTONO

Não vou 'squecer este outono

P´la sina ver alterada.

A Criação 'stá na mesma,

Morna, límpida e molhada.

Na marquise tenho as flores

'Inda a brilharem ao Sol,

Violetas perfumadas

E os antúrios arrebol.

Uma rosa pequenina,

Que encanta pela lindeza,

Olha pra mim altaneira,

De cima da minha mesa.

Lá fora 'stá uma arve

A enfeitar o jardim

Com folhagem amarela,

Todos os anos é assim.

As fruteiras rendilhadas,

De folhas secas vestidas,

Que logo se soltarão,

Pela viração, batidas.

E do outro lado, a tília

Que foi linda, harmoniosa,

Vai a perder a frescura,

Tendo florido odorosa.

Por perto 'stá S. Martinho,

Verão e castanha assada.

A beleza outonal

Breve será dissipada!

Lisboa - Portugal

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 15/11/2015
Reeditado em 08/12/2015
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