POR DIVERSOS CAMINHOS ME CONDUZI

Abri caminho nas planícies,

E o alvorescer me mostrou novos rumos.

Vi o sol no horizonte brilhar

Vi pássaros a me guiar

Mas não pude o caminho findar,

Pois um outro caminho surgiu

Embargando esse primerio caminho

E dele não tive como me desviar.

Abri caminho nos vales

E desci escabrosas ribanceiras,

Com passos indecisos,

Que presos ficaram na argila das barreiras,

Abri caminho nas montanhas

Subi os picos mais altos

Destilei orgulho e perdi a trilha dos sonhos

Abri caminho no rio

De correnteza forte,

Nos passos ligeiros, com vistas no alvo dos ideais

Mas, não percebi as pedras e tropecei,

Quando a maré cheia da ambição me elevou

E o rio da ressaca não escapou,

E de logo a minha ilusão afogou.

Abri caminho nos mares

Me envolvi nos seus mistérios

Corri abraçando sua imensidão

Vesti meus olhos de sua beleza

Mas, naufraguei a conquissta

Nas praias da incerteza.

Abri caminho nas florestas

Caminhei sob as sombras.

De mim fugiu a luz.

Perdi total visão.

Passeei nos labirintos

Cansei o coração.

Abri caminho nos céus

Flutuei sobre as asas da alma.

Aí sim, sobrevoei planicies, vales, montanhas,

Rios mares e florestas,

Concluindo que todo caminho é uma passagem,

Mas nem toda trilha é caminho.

E deste andarilho guardei a lição,

De que na planicie é preciso perseverança

Para com retidão ao seu final chegar,

E se no vale estou, os obstáculos devo ultrapassar,

E se nas montanhas me encontrar, o orgulho não devo alimentar,

E se nas correntes do rio da vida navegar,

A ambição não devo abraçar,

E se no oceano das oportunidades palmilhar,

Não devo deixar que a incereteza do rumo certo me consuma,

Desbravar seja o leme.

E mesmo que ainda na floresta o comodismo me assaltar,

Por certo deverei acender a luz intrépida de um novo caminho acertar,

Mas, se a alma ponho a me guiar, percorrerei os passos agil

De um viajante que o seu lugar vê chegar.

Jair Martins 16/06/02 23h46