"Igualdade des-social"

Vivo no tempo moderno do passado

vivo no tempo da sociedade evoluída

cobrando do futuro uma dívida antiga

que só aumenta perante ao descaso

Pois quando passo as luzes se apagam

As janelas se fecham, os "bons" somem ;

Celulares desligam, oportunidades vagam

Quando passo, sou aquele mesmo homem

Que o tempo não há de tirar a esperança

De um dia, como um redemoinho de vento

Tirar as dores que carrego desde criança

Implantadas por costumes de momento

Pois quando passo os tambores rugem

As indiferenças surgem, o silêncio acaba

A luta começa, e as desigualdades fogem

Quando passo, sou negro e filho da África.