Navegando

Eu não quero viver um mero amor platônico

Não ser correspondido é por demais irônico

Pois, isso não me faz feliz nem me inspira

Dispenso o engodo e abomino a mentira

Fujo da inútil ilusão que faz da fantasia

Uma esperança que morre a cada novo dia

Quero o real, o toque e o prazer da carícia

A língua buscando provar o saber da delícia

O passeio suave da minha mão na pele macia

Ouvir a sua meiga voz quando me arrepia

Ao sussurrar: "vem!", bem junto ao meu ouvido

E falar de certas "coisas", das quais duvido

Que um dia eu pudesse pensar em resistir

Amo sua irreverência quando a vejo sorrir

Mostrando feliz esse seu lindo ar de menina

Com tanta alegria que até me contamina

Revela-se de um jeito tão sensual e feminino

Que cruza minha vida e muda o meu destino

Deixa o meu corpo inteiramente excitado

Qual um barco em chamas desorientado

Navegando à deriva por esse mar aberto

Ardendo de paixão e desejo indescoberto.