A Luz

Estamos entre loucos e carros

Na estrada incerta

De direção aversa

Podendo a qualquer tempo ser alvejado

Por um dos farois.

Podemos ficar estagnado no tempo do sinal fechado.

É bem verdade ser consumido pelo consumo.

Capital de falsa liberdade

Capital é de vários pecados sem conversa.

Tantos pecados capitais.

Num dia você tem dinheiro

Torna-se importante,

No outro você é o que ninguém entende.

Um latente andrajo, que já não tem paixão.

O sonho se torna importado,

O medo se torna constante,

O que é certo parece errado.

E todos sob as mesmas dores

Oram ao Cristo, quando não conseguem dar jeito.

Lágrimas caem no asfalto,

Enquanto as bocas trocam as palavras, sem conseguir motivar

Um povo a lutar pelos seus direitos.

Somos todos os dias acusados de defeitos,

Ainda assim não tomamos jeito para conservar o feito,

Consertando os desacertos, para não errarmos mais.

Somos a obra,

As vezes, quando milhares morrem de fome,

Quando milhares não tem nomes,

Somos os monstros de quem todos tem pavor.

Mas como a memória é fraca, por um carnaval, dentro ou fora de época, logo esquecemos.E tudo fica como iniciou.

Paraíso, pecado e dor.

Os dias são dias incertos,

Amanhã, quem sabe o que será da flor.

Mas, o certo mesmo, é que de todas essas leis, eu, ainda na condição do sonhador, queria apenas obedecer a lei do amor.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 29/06/2007
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