A Luz
Estamos entre loucos e carros
Na estrada incerta
De direção aversa
Podendo a qualquer tempo ser alvejado
Por um dos farois.
Podemos ficar estagnado no tempo do sinal fechado.
É bem verdade ser consumido pelo consumo.
Capital de falsa liberdade
Capital é de vários pecados sem conversa.
Tantos pecados capitais.
Num dia você tem dinheiro
Torna-se importante,
No outro você é o que ninguém entende.
Um latente andrajo, que já não tem paixão.
O sonho se torna importado,
O medo se torna constante,
O que é certo parece errado.
E todos sob as mesmas dores
Oram ao Cristo, quando não conseguem dar jeito.
Lágrimas caem no asfalto,
Enquanto as bocas trocam as palavras, sem conseguir motivar
Um povo a lutar pelos seus direitos.
Somos todos os dias acusados de defeitos,
Ainda assim não tomamos jeito para conservar o feito,
Consertando os desacertos, para não errarmos mais.
Somos a obra,
As vezes, quando milhares morrem de fome,
Quando milhares não tem nomes,
Somos os monstros de quem todos tem pavor.
Mas como a memória é fraca, por um carnaval, dentro ou fora de época, logo esquecemos.E tudo fica como iniciou.
Paraíso, pecado e dor.
Os dias são dias incertos,
Amanhã, quem sabe o que será da flor.
Mas, o certo mesmo, é que de todas essas leis, eu, ainda na condição do sonhador, queria apenas obedecer a lei do amor.