MEU ALENTO:

Quando eu morrer,

Não me facultem alarde ou risos!

Não me chorem amargos sisos!

Eu não chorei nem sorri.

Quando eu morrer,

Se assim, o for meu querer,

Os ouvidos, guardai em potes de vidro

Pra que não possa te ouvir.

Sobre os meus olhos,

Plantai no mais alto dos outeiros

De frente pro mundo inteiro

Para eu ver, quem chora ou sorrir.

Quando eu morrer,

Só a língua deixai ao relento

Pra não calar o que sinto

E reportar o porvir.

E só quando eu morrer,

Separem do corpo o nariz

Esse aos eflúvios condiz

Guardem-no, nos florais,aos jardins.

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 27/11/2015
Código do texto: T5462954
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.