Divagações gaias


Há muito assimilei os ensinamentos com Sidarta,
Que me foram transmitidos e também a Kamala
Por Vasuveda, este sentimento que ora me embala,
Expondo-o por todas as veredas antes que parta.

Aprendi, procurar significa ter uma meta definida,
Em cuja busca nos lançamos, sem que, contudo,
Nos seja ensinado encontrá-la, pois, apesar de tudo,
Ela sempre estará a nosso alcance, por toda a vida.

Declinamos de ver que o vento que contra se opõe,
O faz para experimentarmos outros tantos caminhos,
Que devemos percorrer sós, mesmo não sozinhos,
Através dos trajetos vislumbrados, cheios de senões.

Não devemos almejar, pois assim criamos uma imagem
Destorcida de nossos anseios, que não corresponde à real,
Por ela passamos ao largo, sem a reconhecermos, afinal,
Direcionando-nos, nesta procura, para outras paragens.

Muitas vezes consideramos uma idéia mais verdadeira
Que outra, só por haver qualquer coisa de belo e divino
no ritmo e na forma de seu enunciado e, pelo feminino,
tantas mentiras contam os poetas, desde a vez primeira.

Ser livre é não ter a vergonha de ser um eterno menino,
É voar pelo universo das emoções com a leveza da águia,
Olhos e canto atentos ao encanto da excelsa ciência gaia,
Que, enfim, nos guiará céleres a nosso recanto de destino.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 05/12/2015
Reeditado em 04/02/2017
Código do texto: T5470783
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