O CÂNCER IMAGINÁRIO

O que o outono não conseguiu ressecar,

ficou agonizando à beira do caminho.

Um lento acúmulo de frases interrompidas,

onde entre um gole e outro,

se ouve a tragédia anunciada.

"Ouçam, é o enigma furtivo"!

São as mãos postas e os segredos guardados.

Intenções escusas do mal infiltrado.

Nessa longa noite onde não se dorme,

as paredes se tornam o véu da consciência perdida.

Frases mais longas do que o que se quer natural,

espelho opaco de uma verdade sem nenhuma moral.

A doença que expôs suas chagas,

é uma interpretação dos lamentos de um palhaço.

Feiura impressa em papel ordinário,

gritando entre as presas, o ocaso do paraíso despedaçado.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 05/12/2015
Reeditado em 05/12/2015
Código do texto: T5470947
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.