DEFENESTRADA

Defenestrada como se fora uma bola de papel,

foi empurrada por seu assassino cruel.

Ca ida ao solo sem vida, sem futuro

pobre caída, no chão frio e duro.

Vítima de um homem estúpido e sem coração,

pobre mulher sem vida, à espera de seu caixão.

Vítima de um louco amor regado à cocaína,

pobre prostituta, agora no chão caída.

Ouvem-se vozes e gritos de espanto,

enquanto, uma Vil Medonha entoa seu canto.

Finalmente conseguiu seu homem com Fortuna,

vil mentirosa, em suas garras o corpo de pobre criatura.

Seu plano estava quase completo.

Já havia conseguido o que queria,

a morte de sua concorrente era agora sua iguaria.

De alucinações, seu cérebro estava repleto.

Hoje nada falaria, nada diria,

mas seria a nova Rainha,

de bordéis onde seria reverenciada,

como a Prostituta Rainha da Noite e Amada.

E assim foi. Rainha Reverenciada,

nunca teria amor, sempre seria usada.

Para saciar a sede de sexo,

do seu homem, estúpido e sem nexo.

Defenestrada seria sua alma,

seria empurrada no vazio, no nada.

Seria Eternamente desconsolada,

apenas seria algo, em cima de uma cama.

Seu Cafetão, agora seu homem,

ditaria as regras, seria seu Soberano.

Deixaria sua vida em plena desordem,

preferiria morrer, à viver neste Desengano.

Sempre foi de sua vida sua própria Algoz

hoje é uma criatura sem voz.

Hoje é apenas escrava da Desilusão,

sem Amor e sem Paixão, sem Tesão.

Tentou matar-se várias vezes,

drogava-se, até que foi trocada.

Vida de prostituta, vida ingrata,

do bordel, sua casa, foi desligada.

Pobre prostituta, desgraçada e velha,

hoje mora no quarto andar de um cortiço fedorento.

Toma coragem, lembra-se do seu passado,chora.

Finalmente se lança da janela, acabou-se o tormento.

Voou para a Paz sem asas, sem lamento

ficou feliz enquanto voava.

Acabou-se todo o sofrimento

finalmente descansou, deu seu último alento.

NELSON TAVARES

Nelson Tavares
Enviado por Nelson Tavares em 06/12/2015
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