CAMINHEIROS
 
Na estrada da vida,
Caminhamos alheios
Ao que nos cerca
Sem muitos rodeios.
 
Viemos perfeito
E, por conta própria,
Com conduta imprópria,
Caímos desfeitos.
 
Ainda célula única
Tornamo-nos múltiplas
No ventre materno.
Oh! Duo eterno...
 
Divinos na essência
Mas teimosos pra valer,
Preferimos aprender
Através da imprudência.
 
Somos seres livres,
Deus que nos livre!
Viva o livre arbítrio!
Quanto conflito!
 
__Senhor, como a planta
    Que procura o sol,
    Buscamos o crisol
    Do amor que suplanta.
 
    Suplanta a dor,
    Suplanta a tormenta
    Que tanto atormenta
    Sem luz e sem cor.
 
    Agora desfeitos,
    No fundo do poço,
    Reconhecemo-nos, Senhor,
    Herdeiros por direito.
 
    Direito ao amor,
    Direito à vida
    Que, em nós, habita
    Com tanto clamor.

    Caminheiros, nós,
    Trazemos no seio
    Todo o anseio
    Em forma de nós.
 
    Como a crisálida
    Que, o casulo, exara
    E, fortalecida,
    Voa sem aparas,
 
    De cegos errantes,
    Pelo amor, despertos,
    Com asas vibrantes,
    Voamos libertos.
 
    Obrigado, Senhor!...
 
 
Graça Guardia
Pelo Espírito Cláudio (02.07.2003)