A VIDA

Ando na sombra dos ventos,

E por onde meus olhos caminham

Eu sigo as lágrimas que vertem do meu coração.

Eu sonho, ainda sonho...

Penso na vida que levei

E nas coisas tantas que deixei para trás,

Do que tive de fazer

E o que não fiz.

Quis ser feliz naturalmente,

Seguir em frente

Deixando para trás

Apenas o semblante do riso.

Mas a vida causa enganos,

O tempo trata o corpo

Como a chuva castiga a areia.

Marcas, estas ficam,

São a assinatura do conhecimento.

É pelas cicatrizes que medimos nossos esforços,

Ao enfrentarmos o medo e a pobreza,

Ao calar-se quando o frio se apressa

Em desproteger nossos corpos

E nos trazer a fome.

Mas este foi o maior ensinamento,

Ter a coragem de sobreviver.

Saber que existe um amanhã

Atrás daquele espelho quebrado

E um claro futuro

Aonde antes não havia luz.

Persegui cada um dos meus dias

Atrás da alegria pretendida,

Era o que queria na vida,

Era o que eu precisava.

Passei por todas as janelas do destino,

Deixando que as horas corressem,

E eu, escondido na minha caixa dos momentos,

Esperando uma oportunidade para sorrir.

Não posso dizer que não fui feliz,

Tampouco que fui infeliz.

Tive o que me foi ordenado

Pelas mãos desse Deus

Que sabe tudo o que criou.

Tive trabalho, tive dinheiro,

Tive saciadas as necessidades carnais,

E mais,

Tive amor.

E por este amor

Eu fui capaz de chegar ao topo

De um céu imaginário

Repleto de música

E querubins.

Ainda assim, não foi o bastante,

Pois não basta ao homem o amor

Sem uma amante.

Talvez por ordem de outro ser

Que reina em mundos abissais,

O homem quer sempre mais.

E por tanto querer

Deixa de ter o primordial,

O amor e a paz

Universal.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 09/12/2015
Código do texto: T5475282
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