Vida torta, côncava ou convexa

Não sou o que de mim apregoas

Nem estou condenado à masmorra

De seguir o caminho que tu julgas

Ser melhor para mim, e que devo trilhar

Não vês que o que de mim conheces?

É tão pouco, assim como um iceberg,

Que esconde imensas raízes, fincadas,

Num oceano de infindas possibilidades?

Ah, como é grande o mistério

E quão prazeroso cada descoberta

De planetas, asteroides e cometas

Que circulam em mim sempre a bailar

Te peço, tire o seu desta reta

Que é torta, côncava ou convexa

E para ser totalmente sincero

Nem sei mesmo como classificar

Não me tire a surpresa, o sonho

A emoção, o susto ou o engano

Pois de que vale uma vida

Se a mim mesmo não puder buscar?