Corvos vorazes
Deitei-me no chão frio como que morta
E os corvos acreditaram em mim
E estão a dilacerar-me violentamente
Cada parte de minha mente é rasgada em pedaços
Vorazmente devorados
Pois acharam-na mais deliciosa que a carne do corpo
Que permanece praticamente intacto
Sinto cada bicada profunda
E não consigo por-me de pé
São tantos os corvos sobre mim
Que seu peso esmaga-me contra o chão
Sinto minha respiração em espasmos
E a pele alva estampada por veias quase pretas
Minha alma tenta escapar antes da hora
E eu quase a deixo ir
Então o que resta de mim fica jogado
Lá mesmo no frio, abandonado
Sem uma mente sã para o controlar
Sem uma alma viva, sem coração