Corvos vorazes

Deitei-me no chão frio como que morta

E os corvos acreditaram em mim

E estão a dilacerar-me violentamente

Cada parte de minha mente é rasgada em pedaços

Vorazmente devorados

Pois acharam-na mais deliciosa que a carne do corpo

Que permanece praticamente intacto

Sinto cada bicada profunda

E não consigo por-me de pé

São tantos os corvos sobre mim

Que seu peso esmaga-me contra o chão

Sinto minha respiração em espasmos

E a pele alva estampada por veias quase pretas

Minha alma tenta escapar antes da hora

E eu quase a deixo ir

Então o que resta de mim fica jogado

Lá mesmo no frio, abandonado

Sem uma mente sã para o controlar

Sem uma alma viva, sem coração

Dancker
Enviado por Dancker em 20/12/2015
Reeditado em 22/12/2015
Código do texto: T5486503
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