DEPOIS DA FESTA

O que vem antes da dor

é uma noite de sonhos corrompidos.

E sonho não cabe entre o passo e a rua,

nem entre artérias entupidas de humor letárgico.

São os motivos pelos quais as coisas têm nomes.

Essa insanidade de se arquivar a frustração da matéria.

Do que se precisa, nenhuma língua tem certeza

e esta morre, antes que a mandíbula se mova.

Tudo foi feito para a falsificação,

menos a insanidade que revela par que servem terminações nervosas.

Nenhuma alfaiataria contem gestos sem rumo

e nenhuma palavra entenderá a frustração que vem depois da festa.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 30/12/2015
Código do texto: T5495573
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