A BALA

Ela fere todo os dias

no mercado

na fila

no trânsito

na confusão

Ela fere todo o tempo

na cama

na mesa

no tapete

dentro da televisão

Ela fere sempre

no conformismo

no idealismo

na culpa

na transformação

e ficam,

às vezes,

os dentes,

a boca,

uma perna

um corpo sem coração

e vão

os sonhos,

os amores,

o pulso

a transpiração.

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 02/01/2016
Código do texto: T5497770
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