NÃO ABRA A PORTA

NÃO ABRA A PORTA

Quando alguém bater um dia à tua porta,

E se disser um emissário meu,

Desconfie, ainda que seja eu,

Meu vaidoso orgulho não me conforta.

Prefiro bater à porta irreal do céu,

Porém se, naturalmente, e sem ouvir,

Eu por ventura sentisse saudade do fel,

Batesse a sua porta, te peço não abrir.

Quando encontrares alguém como que à sua espera,

Que ouse bater, medita um pouco. Talvez esse era,

Meu emissário, incauto e de cabeça torta,

Porem só abra a quem não lhe bater à porta.

Maria Clara Aparecida Schmidt

Maria Clara Aparecida Poetisa
Enviado por Maria Clara Aparecida Poetisa em 02/01/2016
Reeditado em 02/01/2016
Código do texto: T5498205
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