sem medo

eu vivo sem enredo

nas ruas que são um jardim

e aquele céu inteiro

foi Deus quem deu pra mim

as regras que me impõem

são os meus brinquedos

concordância me causa ânsia

perquiro o que me propõem

e quem propôs

desconfio da palavra confiança

(pois ser mulher é desconfiar duas vezes)

querem apertar o meu coração

aniquilar a minha mente

e sujar o meu corpo

o perigo é bonito e solto

o mal é recôndito e confuso

algozes do machismo e do Estado

querem o meu corpo para abuso

para me cadastrar na psiquiatria do desuso

às vezes busco o meu humor emprestado

esqueço desse sistema obtuso, covarde

e no céu eu vejo as andorinhas

entre o caos e a liberdade

Gianne Lorena
Enviado por Gianne Lorena em 07/01/2016
Reeditado em 12/04/2016
Código do texto: T5503222
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.