Dor inimiga e companheira

Um dia precisei amar minha dor

Desde então, minha dor é minha companheira

Minha mestra, minha parceira

Deixou de ser minha inimiga

No momento que olhei nos seus olhos

E aceitei conhecê-la com mais propriedade

Eu não à busco, mas quando chega

Abro as portas

Para que não force as janelas

Deixo que entre, ofereço-lhe um café

Olhos nos olhos

E deixo que se vá quando quiser

Quando acolhida a dor

Ela se dissipa aos poucos

E de maneira surpreendente

(Martha Medeiros - livro: Feliz por nada)

Pequena Sereia
Enviado por Pequena Sereia em 17/01/2016
Reeditado em 06/02/2016
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