Sinestesia

Mesmo morena, sendo assim mesmo À uma amiga

Você tão ingênua, mulher das dezenas

Há de passar esse batom nos lábios,

esse sorriso cheirando a pecado

Esse nariz moreno, esse nariz pequeno

Apogeu das pegadas de mim até aqui

Ouço teu rir, doou-me a ti

Imperativa sugestão de teu falar

Ao meu sorrir

Como o insuflar do dedo de Deus

Teu corpo desnudo, fala mesmo mudo

Dos mistérios - sonhos, meninices -

Mimese da serena calma

Corta a palavra, vestes de lama e lágrima

O passado na luz do impávido

Encoste a chaga e veste o conto de fadas

Do encontro com teus anjos

Mesmo você menina moderna, medonha e morena.

Estanca teu golpe e estende a mão pra teu acusador,

não tens culpa de ser mulher, o estandarte de primeira significância.

Quando deixará o primeiro bandeirante desbravar o lagos de teu interior ? Teu corpo reza célebre de pura benignidade.

Cabrocha que altera meu passado ateu,

devo agradecer aos céus que tal graça me contemple,

estopim da conclusão, que a relés estima do quasar

seja a nossa ilusão, numa casa enumerada

ou num tapete pelo chão, descobristes ah de ser

a minha profissão em todos os teus risos e formas de mulher.

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 17/01/2016
Reeditado em 17/01/2016
Código do texto: T5513803
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