Alma nua

Nada é mais eu. Sou eu só, quase pó !

Causticante! In...significante

Ausente de mim,meu ser me escorraça,

se perde em versos só por pirraça.

Quebrou as asas nas tempestades,

das noites sombrias.

Silencioso frio me invade.

Portas se fecham.

Abrem-se tardias lembranças.

Travam meu sentir de jeito,

nada é mais meu, mais eu.

Solidão fez morada no peito.

Corrompe meu sentir travesso.

Sonhos embirrados em versos

entremeiam chorosos alheios.

Agregados em palavras estranhas

cultivam saudades tacanhas.

Descobrem carneirinhos, flores, arco íris

bordam extasiado, velhos sonhos...

Quantos matizes !

Qual criança sem receios

pedem arrego pra um céu todo negro,

emaranhado em turvas sombras,

manhãs mal dormidas,

noites sem despedidas.

A sós...perdeu-se a vida!

Mordaz é o nó que me amarra.

Meu eu se agarra atrevido,

se prende aos versos.

Esperanças incontidas.

Vazias as horas...

Adormecidas manhãs.

Sonhos despetalados!

Os avessos da vida

de mim desprendem-se!

Amordaçados nos tempos idos,

alma nua liberta sem receios o outro lado...

A alma nua, em versos...Quase esquecidos.

eula vitoria

18/01/16

Eula Vitória
Enviado por Eula Vitória em 19/01/2016
Reeditado em 29/01/2016
Código do texto: T5515676
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