2007

2007

O ano novo começa

Começa já com um medo contido

Com um amor afligido

Com a esperança renovada

Mas com um tremor intenso

Causada pela possível revoada

Da inspiração

Já não sei o que dizer

Paranóia? Loucura sem fim?

Ou será o simples medo do poeta?

Que seria o mesmo de quebrar a pedra

Sem o martelo, ou a enxada, ou o fundamental instrumento

Da sua produção

Seria órfão não de pais

Mas de paixão

Não de gente

Mas de amor no coração

Como começa já vejo

Mas não enxergo mais além

Talvez isso seja uma dádiva

Não saber do próprio destino

Simplesmente deixar a vida andar

Num fluxo de água contínuo

Mas que encontra obstáculos

Muitas vezes pedras

Que sem o instrumento para perfurá-las

Recorre à água a sua suma paciência

E usa a sua essência

A essência da razão

E de uma maneira ou de outra

Como um vento penetrante

O poeta se introduz no meio do furacão

E usa a vida

E enxerga as pessoas

E degusta os sentimentos

E extrai do intocável

Algo mais palpável

A poesia

Mesmo sem inspiração

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Alma Collins
Enviado por Alma Collins em 04/07/2007
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