No cair da chuva

No cair da chuva

Lá fora a chuva cai, molhando a relva cantando feliz.

Carregada de saudade dissipando nas vidraças do coração.

Cai à chuva lá fora, mansa dando vida a relva matando a sede.

Trazendo lembranças dos carinhos que tanto tivera em nosso ninho

Ilusões, descaminhos!

Amor trigueiro.

Cai à chuva cresce renasce, a vida adormecida surge sorrindo.

Botões em flor se abrindo.

Cai a chuva e torna a cair

Coração transborda de emoções, saudade sem fim.

Cálice de pranto partido, jogado ao leu.

Restos, riscos rastros de amor esquecidos.

Corações afins.

A chuva cai lá fora.

Emoções que se formam delineando sua imagem, miragem.

Gotículas de amor que o tempo levou.

Porque não outrora!

Porque agora quando o peito está desnudo, só, se na garganta há um nó.

Porque não há como desatar, explicar o que?

Se a voz não sai.

Alma em pranto cai.

Se a lágrima não rompe e desabrocha com toda força que a alma tem!

Porque a brisa fria da noite não aquece a minha alma refém?

A terra sorri pela chuva que cai

Enquanto o coração chora de saudade.

Amantino Silva 20/09/2008