O Sucesso

Entrando numa sala visando a minha arte

Eu agora faço parte duma universidade.

Busco aprender o bê-á-bá da sapiência

em letras, minha meta, para ter alguma inteligência.

Pouco me importa o emprego que terei,

Professor, redator, tradutor, pesquisador,

Não é nisso que eu penso tampouco ao que ligo

Não me importo com o que diz o amigo ou inimigo.

Vim aqui para aprender coisas legais sobre palavras,

Regras, jargões, origens, idiomas, qualquer coisa

que me deixe menos ignorante do que sou.

Sim, pois sou, ignorante de doer,

Não sei do universo e nem da estrela da TV.

Não sou absoluto e por isso vim lutar

para ter um conteúdo. Luto, luto, luto.

Não pretendo alcançar com o título de doutor

A sapiência anciã do velho bom pastor,

Nem nunca eu direi com grande alvidez

"Sim, consegui. Agora Eu Sei."

Quero apenas brincar de dominar

o bê-á-bá, aprender a entender

o meu dizer e meu falar.

Uma criança curiosa com o mundo que a cerca

querendo transpassar o limite das regras.

Não sei de muito ainda, eu sei que é verdade,

Mas estou aqui para aprender e amadurecer.

Eu sei, com dezoito eu tenho pouca idade,

E isso é o melhor, boa hora para aprender.

Por que eu vou pensar na minha profissão?

Se terei dinheiro para viagens, compras,

Caviar e cinema? Isso importa? Não.

Faculdade é para aprender muito mais do que isso.

Se quisesse viver ser bancário serviria,

Mas não. Quero aprender. Quero crescer.

E é o que me importa acima do TCC.

Fale de notas e fale de faltas, o que eu quero é ser conhecedor.

Escrever pela vida mais de mil poemas,

Romances, contos, histórias, historietas.

Quero ser muito mais do que um profissional,

Quero ser um homem, um guerreiro contra o mal.

A vida pode ir contra mim,

O dinheiro, a regra, a tristeza, meu fim,

Mas vou lutar, sorrir e gritar,

Eu serei eu mesmo e não um professor.

Acima de trabalhador e acima de doutor,

Eu serei o homem que Deus quis e criou.

E se isso não é mais importante que diploma,

Então estou maluco tenho alergia à cura.

Sou inocente? Minha alma é muito pura?

Sem dinheiro eu não terei alegria alguma?

Já ouvi essa história e vou ouvir mais vezes,

Mas não pensarei nisso quando fizer minhas teses.

Pensarei nas palavras, linguística, sintaxe,

E pensarei apenas nisso, você ache o que ache.

Não é culpa minha se precisa dum Iphone,

Duma viagem, dum carro, do poder, do status,

Não é culpa minha se pensa que isso é importante.

Para mim, para quem quer, são outros os fatos.

Buscar filosofia para explorar o dia a dia.

Sócrates, Platão, Aristóteles, Galileu,

Newton, Einstein, o que cada um diria

Se lhes dissessem que o dinheiro conta?

Ririam da sua cara, te fariam de trouxa.

Pois uma taça de veneno e um passeio no bleagle

são muito amargos se comparados com o destino

do empresário mais rico que morreu em sua lápide.

Ah, meus amigos, falem do que quiser,

Sucesso ao poeta é o que mais se tem e mais se sobra,

Quem trocaria por dois milhões

Uma gaveta cheia de almas e corações?

Não o poeta. Com certeza não o poeta.

Pode me colocar numa sala, eu serei professor,

Ou me dê um projeto de livro, serei seu revisor.

Estrangeiro? Tudo bem. Eu serei redator.

E numa iniciativa serei chefe de pesquisa.

Mas não é isso o que importa, e sim por que vi,

O que ouvi. O que vivi, o que eu aprendi.

Importa quem amei e o que eu fiz

Muito mais que o que ganhei e sobre quem eu ri.

29/1/2016

30/1/2016