Eiva

Qual fruto saboroso manchando
Na terra revolvida ressequido caída
Manchado pelo pecado desejado
Depois de provado desprezado.

Saciado e enfarado pelo pedaço
Era muito pelo pouco degustado.
Atirado ao longe sem pensar.
Desejo renasce e volta a procurar.

Não encontra mais a fruta vermelha.
Brota do solo a semente verde vida.
Estendendo os braços para o sol.

Crescendo com força e esplendor.
Altaneira e frondosa se transformam.
O degustador já não a alcança.

Aprendeu a natureza a proteger os frutos
Da eiva que sacia sem pudor e carinho
Pequenos homens que não sabem do fruto o valor

Dione Fonseca