ROSA DE SOL

Domingo de verão, diferente corrida.

Milhares vão indo, sorrindo

em carreirões, manhã divertida...

Anelando um céu azul,

sol queimando e água de sal.

Sombras, talvez... praias do litoral.

Voando na imaginação

corpos tostados, canícula na areia.

Passando no calçadão

uma mulher, corpo de sereia.

Um sorriso e breve aceno.

Gingou e sumiu, sumiu e gingou.

Despertei um pensamento obsceno.

Suas asas velozes ruflaram

haurindo a alegria revolvente

das ondas encapeladas, do astro-rei

que ri, às escâncaras e, rindo, bronzeia.

Ciúme da aragem que canta fremente

roçando no s lábios, na tez

duma mulher, corpo de sereia.

Oh! natureza, oh! amplidão...

aos quadrantes do mar assesta

a música efêmera da arrebentação.

Os sons maviosos da tua orquestra

embalam na harmonia constante

o quedar da noite, a vibração do dia.

Meu pensamento nas vagas vagueia

desatando laços de espuma fria

que envolvem uma sol de sol dourada,

uma mulher, corpo de sereia.

A brisa fria o anoitecer avisa.

A natureza silente dormita,

como no campo a sensitiva.

No meu peito uma chama crepita,

embate nas ondas, nas brumas do mar.

Pétalas de névoa envolventes e singelas

nas entranhas de rósea corola que incendeia.

Amantes possessos, quais procelas...

Na cálida areia uma rosa de sol,

uma mulher, corpo de sereia.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 24/02/2016
Reeditado em 26/02/2016
Código do texto: T5553540
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