PELO TELEFONE

Quando tua voz

ecoou profunda

pelo telefone,

asas de albatroz

levaram meu pensamento.

Ecos ressentidos

do peito meu

gritaram teu nome.

Cegou-me a tua imagem,

fazendo-me não ver,

convicto, não te esquecer.

Do marejar dos meus olhos

uma chama crepita,

do calor dos teus lábios

uma gota saltita.

Gota de orvalho

em manhã primaveril.

Quantas vidas daria

para envolver-te agora

num abraço terno?

se mil as tivesse, as mil!

Reflexões... reflexões

do que vai passando,

tempo inútil de espera

de quem já passou.

Conter a vida,

pedir ao tempo

tempo para secar a ferida,

lembrança amarga que ficou.

Andorinha vadia

no alpendre do coração.

No fim do verão,

arribou.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 26/02/2016
Código do texto: T5555703
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.