Margarida Florbela da Silva

Desde o jardim Margarida

buscou sempre o amor-perfeito...

Nunca o teve – nunca o viu.

Cresceu triste e vagarosa...

Sempre viva fenecia

já sem cor a flor-mulher

e aos seus amigos dizia:

"Esta vida mal me quer".

Esquecida de outras flores

e pelo amor esquecida

quis negar-se às suas dores

como se negara à vida...

Margarida era Florbela

mas não viu dias felizes

e ao convento sem janelas

arrastou suas raízes...

Achou outro amor escravo

e se tornou Madre Silva...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 02/10/2005
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