FOI DEUS
A névoa cinzenta cobre a cidade nesta manhã banal.
Um frio modesto empalidece a harmonia da paisagem.
Os passarinhos entoam, furtivamente, sua toada matinal.
A brisa abandona as cercanias, conduzindo as últimas folhagens.
Cenário melancólico que perece o furor,
Quadro aflitivo que amansa a coragem,
Painel nebuloso que reduz o amor,
Visão lastimável que finda a viagem...
Perspectiva enfadonha, tal qual o espectador...
Panorama traçado com aquarela infeliz
Daquele que conserva, no íntimo,
Desconsolo, tristeza e dor...
Retorno...
Um sopro de ânimo tonifica meus ductos!
Entusiasmo peralta nutre, contumaz, meu viver!
Impulso boêmio apura, caprichosamente, meus sulcos!
Renovo-me...
E vivo...