Recidiva
Morreu João, velho e sozinho no asilo...
Morreu Maria abandonada na rua...
Morreu Miguel bêbado na estrada...
Morreu Antônio assaltado...
Morreu Pedro na fila do hospital...
Morreu bebê abortado...
Morreu Helena de overdose...
E eu morro entediado
porque meu poema é tão repetitivo
e ninguém o lerá...
Um só verso bastaria!
E seguimos todos, omissos,
dizendo: Isso é comum hoje em dia!
Não temos nada com isso...