Relutando

Os corcéis que marcham na manhã de inverno

levam sobre o dorso animais ferozes,

rumo a um outro embate de dores atrozes

atalhando a estrada que leva ao inferno...

Rasgo o véu do tempo e vejo o quanto somos

totalmente iguais, apesar dos anos...

Repetimos guerras, pois somos humanos,

talvez pela herança de alguns cromossomos...

As guerras modernas são tão parecidas

com tantas batalhas pelo tempo afora,

dividindo os sonhos no raiar da aurora

enquanto o forcado vai ceifando vidas...

Tais atrocidades são tão inerentes

que nem percebemos o que nos tornamos;

é normal a dor, quase não ligamos...

e nem mesmo mortos somos inocentes...

Basta olhar pra trás para ver que iguais

são as nossas lutas, nossas velhas guerras

por comida, amor, por direito ou terra,

por razão nenhuma, por nada de mais...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 02/10/2005
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