ESPANTO
Vejo-te todas as noites,
Quando leio meus bons livros.
Olhas para mim, meio atrapalhada.
Queres esconder, porém não tens coragem.
As luzes refletem teu rosto,
Pequeno, meio pálido...
És arisca, queres correr, tens receio.
Vejo-te aos poucos
Vês minha imagem, talvez distorcida e brilhante.
Estás escondida, mas algumas voltas lentas
Não sei como consegues.
Olhas para mim muitas vezes.
Não sei como consegues olhar.
Todas as noites, no mesmo horário.
Distraio-me lendo, estudando ou escrevendo.
Passas perto de mim, apressada.
Tens medo, penso eu.
Corres de um lado para o outro
Sempre olhando para mim.
És minha baratinha de estimação.