Reclame!
Da chuva que não molha,
ou molha demais.
Do vento que não sopra,
ou sopra muito forte.
Da oportunidade que passa,
ou que nunca chegou...
Reclame!
Chore!
Mame por sorrir tua embriaguez,
pois tão breve serão os dentes da boca;
das épocas das loucas,
dos gritos do seu próprio esquecimento,
do gargalho que escondia a tristeza,
da valentia que ocultava o medo,
da empolgação que ofuscava o tédio.
E agora...
o sol ainda brilha,
mas a cegueira é pior quando se pode enxergar,
no escuro do vazio e do silêncio,
na multidão que segue a mesma estrada,
dum reclamar que é a última palavra...
Felicidade?
Um copo de veneno.