O HOMEM E O TEMPO

O tempo é o maior algoz da humanidade, já arrebatou várias civilizações ao longo desses milhares de anos.

É ele quem derruba as mascaras da fúria do poder, que a muito sobrepujam nações inteiras mundo afora.

É o mesmo que envelhece as belas donzelas dando-lhes rugas nas cútis, que outrora fora tenras e suaves como pétalas de rosas.

O tempo traiçoeiro carrega história de vidas bem e mal vividas, sem se importar com elas e com o amanhã.

Alheio ao cotidiano dos mortais, ele simplesmente segue sepultando os vivos e os mortos, desde os primórdios perpassando pelo presente rumo ao futuro.

O tempo é feito uma cadeia de montanha intransponível, que o homem não consegue alcançar seu cume.

Para ele um piscar dos olhos humanos é um nascer do sol, enquanto para nós, é uma vida inteira de cóleras e glórias.

Para nós, o passado é uma vitrine repleta de lembranças.

Para o tempo, nevoas escondidas no passado, dentro dos escombros das mentes dos vencidos e dos vencedores.

Para nós, o presente é a alegria e o sofrimento, para o tempo é passa tempo...

Para nós, o futuro é pura incerteza.

Para o tempo, a certeza da imortalidade.

Para nós, á única certeza é a morte.

O tempo senhor de si mesmo é onipresente e carrega consigo o silêncio indivisível de sua longevidade.