INDIFERENÇA

INDIFERENÇA

Nas ruas caminham sozinhos, aqueles que perderam seus sonhos.

Calçadas são os seus ninhos, monturos de lixo suas camas.

A Madrugada chega sombria, gela os corpos imundos.

No submundo dos dias, sofrem sem ter alegria.

O Choro do infante inocente largado em vala nojenta

Enrolado em trapos escarlate, sem noção de amor materno.

Ouve-se o silêncio da indiferença de um coração mal e insensato,

De gente ser inteligente, mas que não sabe o que é afeto.

Nos olhos secos de lágrimas, a mãe que perdida vagueia.

De seu único filho desprezada a solidão é sua companheira

A fome na casa de taipa, meninos comendo areia.

Sentados em cacos de telhas esperam a morte sorrateira

Diante do corpo jogado, ferido cruel assaltado.

Muitos que olham altaneiro seguem seus passos ligeiros

A dor que o outro sente, não dói no coração farto.

Impossível doar amor quem não tem luz na alma

É triste o descaso humano, a fúria, o ódio a luxuria.

O desperdício da obra divina, onde rindo o inimigo esmaga.

Nega-se a ordem de Cristo para amar o semelhante.

O irmão para muitos não existe, o Eu é quem persiste.

Triste o mundo caído, carente de Deus Salvador.

O único justo e potente que tira o homem da Dor

Sara as feridas, transforma-o e cura a sua dor.

Perdoa e dá vida nova, reveste-o com seu Amor.

Elma Sales
Enviado por Elma Sales em 19/03/2016
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