flor irreversível

o que me tomba são esses olhos

essa passagem turva

que a miopia

teima em ofuscar

nem chegue muito perto, moço

que cá em minha matuteza

só sei do seco e da aspereza

da lamúria de fundo de poço

quem dera assim

cansada da labuta

esperasse livre, que não a luta

e nem causasse tanto desgosto

sou eu mesma,

essa flor irreversível

esse ser indivisível que teima

em preservar-se ileso

quem dera fosse solta de nós

e desprendida de egoísmos

seria calmo meu lirismo

e essa gota de devoção

pare estrangeiro

não te dei o direito

de invadir meu peito

e devassar minha canção

mas que venha sóbrio

de dom e de coração

e que nesse verso

pratique a imensidão.

LM@rq

Larissa Marques
Enviado por Larissa Marques em 25/03/2016
Código do texto: T5584203
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