Dualidade

Eu te amo e te odeio

Ao mesmo tempo

Não resisto a tua boca

Maldizendo-me

És má

Vais maltratando

E pisando a carne mole

Do meu coração

Despedaçado

Dá raiva

Os teus olhos

Pelo mundo

Em tudo que vejo

Teu rosto impresso

No universo

Em poesia

Mas há de um dia

Contado nos dedos

Na palma da mão

Sobrará pra mim

Ao menos

Um talvez