TERRA

Má dicção de nada dizer por inteiro,

De sempre faltar a coisa cheia do viver

Redondo, sem brechas...

Menino pisando o barro branco.

Plantada mão esquerda do fôlego forte!

Mãe, vem a mim,

Esquece o fogão e seu fogo eterno ,

Desgastante e necessário.

Boca seca de acordar cedo.

Dedos penteando os cabelos na corrida

De acordar o dia.

Mãe, vem a mim,

A mim inteira

e vem me dizer a terra

que escolheu seu plantar profundo.

Ainda estou aqui, cheirando

A cor marrom da terra.

Ficarei.

A terra chama o saber que nào tenho.

Voarei, mãe.

Voarei para o encima.

Nas pontas dos pés

alcançarei seu chão lá no alto,

Ao rés da relva.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 27/03/2016
Reeditado em 26/05/2016
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