# CASA VAZIA

Como sei que não são mais iluminadas na imensidão

Aquelas noites ainda que a lua cubra com seu manto.

Porque não dorme mais aqui, feliz no meu canto.

Aquela diva sonhadora que eu amava tanto.

No pasto orvalhado o rebuliço do bicho noturno.

Distrai o vazio que logo me enche de angústia.

busco algo sem alegria e tudo que encontro é o nada.

bem aqui a meu lado, onde me acalentava uma fada.

Um grilo achou que seria hora do seu estridente ruído.

Soou dolente em tom melancólico e a tristeza aumentou,

me remoeu a dor em saudades naquele catre triste.

de uma alegria passada que hoje não mais existe.

A mesma noite que abriga o frio sem murmúrio,

Ouve dessa vez seu silencio cortado por um caburé.

que insensível não compreende a dor que sinto agora,

Não sabe que quem tive em companhia foi embora.

Reclamo uma ausência atroz que o destino me impôs.

Viver para crer que essa vida vazia é o que tenho.

espectador de uma noite fria, palcos de aves e ventos,

Todos prontos a alimentar meu melancólico tormento.

Mas num desmaio, vencido pelo cansaço, adormeço.

fico inerte e o sono me traz, reconfortante, doce sonho.

E então pareço ir direto até onde ela agora está.

E por lá vou ficando até no dia seguinte acordar.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 29/03/2016
Reeditado em 17/09/2021
Código do texto: T5588826
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.