NOTURNO
As sombras da noite que escoam
Por entre as ruas escuras,
Lentas, vagueiam, destoam
Dos pios das criaturas
A noite que cheira a chuva,
No tempo que faz a curva
Da noite parte pro dia
Enchendo tudo de sol, devolvendo a alegria
O tempo caminha lento,
No espaço negro, o vento
Sussurra seu sorpo manso
E se espalha, procura descanso
O silêncio é rei noturno,
Impera entre os sentidos,
Pros sonhos que são bem-vindos
Mesmo num beco soturno.