DO BANCO DA PRAÇA
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Do banco da praça
se via o bar, o cinema
se via o colégio e a casa de Ana.
Do banco se via a pirraça
do menino chorão no dilema
entre a maçã e a banana
Do banco da praça
se via a loja e a padaria
se via o hotel e o mercado
Do banco se via a cachaça
servida em doses de alforria
aos homens de olhar abafado
Do banco da praça
se via , de olhos fechados
a meninada passando na rua
Do banco se via a fumaça
daqueles tempos passados
que só a saudade atenua
Amélia de Morais