DO BANCO DA PRAÇA

.

Do banco da praça

se via o bar, o cinema

se via o colégio e a casa de Ana.

Do banco se via a pirraça

do menino chorão no dilema

entre a maçã e a banana

Do banco da praça

se via a loja e a padaria

se via o hotel e o mercado

Do banco se via a cachaça

servida em doses de alforria

aos homens de olhar abafado

Do banco da praça

se via , de olhos fechados

a meninada passando na rua

Do banco se via a fumaça

daqueles tempos passados

que só a saudade atenua

Amélia de Morais

Amélia de Morais
Enviado por Amélia de Morais em 08/04/2016
Código do texto: T5598514
Classificação de conteúdo: seguro