A Sinfonia e a Rosa

Ao reunir um quarteto de violonistas,

Solicitarei que toquem algo aprazível

Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,

Inclinares o teu caule a fim de ouvir os instrumentos

E, do íntimo do teu ser, te sentires sensibilizada

Com os acordes tocados com grande sincronia e amor,

Torna-te-às mulher, símbolo maior da delicadeza,

Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,

Apropriar-tes dos anseios do som e da melodia

E bebestes, carinhosamente, aquilo que é belo,

Serás então nascedouro de sonhos e prazeres

A abarcar o poeta, tal qual a brisa do mar,

Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,

Perceberes lucidamente que a música te entranha

Sutilmente, e efetivamente, assim como um inseto,

Que sorve tua essência com calma e discrição,

Transforma-te-às em carne, em pernas e curvas,

Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,

Te sentires, ao mesmo tempo, mulher e flor,

Então sim, a composição surtirá o efeito por mim desejado.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 15/04/2016
Código do texto: T5606167
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