A Vida

Tenso de um jeito tão intenso que cessou

avesso do lado certo que virou

tanta vida que de forma única morreu

benditos olhos que cegos não vêem

amado fruto que furta a cena

amada carne que a cobiça condena

raposas e uvas na mesma estrada

sem desdém não se poupa nada

sem martírio nada se lembra

sem pecado e tudo o condena

nada de culpa, mas nada de espírito

nada em débito para o sacrifício

pecados e pecadores

as luzes, as flores.

as almas, as poesias

os rancores e a nostalgia

o encanto e o recanto

a paz e a consciência

um refúgio em uma mente

entre a doce violência

passos largos, grandes passos

pouco tempo, um colapso

as mãos que tremem e que afagam

mesmas mãos que entrelaçam.

sem contratos, sem revolta

mais batidas à porta

mais palavras, mais versos

menos errados, mais certos

Siid
Enviado por Siid em 19/04/2016
Reeditado em 19/04/2016
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