MONÓLOGO


Falo-te   
da poeira de cimento cru, 
em busca da água cristalina da palavra 
que se esconde em pesadas massas negras
dos  rios de lágrimas. 
Quiçá contaminadas
pela urgência 
que escorre 
no ralo do meu Ser.

Falo-te
do meu falar cansado de esperar por esse teu  abraço - 
esse que dispensas a outros braços
e, a mim,
somente a mim, 
nunca vem abraçar.


Falo-te 
da angústia que é viver distante de mim mesma -
quando (em) sonhos me ponho a sonhar
com o que não chega.
Nem vai chegar.


Quem se importa ?






Rep/13/10/2009
Código do texto: T1862999
Tela : Arte de Monet "Toillete"
 
 
 
 
Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 21/04/2016
Código do texto: T5611891
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