Fuga

Insuportável esse degredo. É como se fosse uma condenação a uma ilha escura e inescapável. O vazio assola cada passo. A lágrima petrificada afoga o coração solto ao vento. Cada pensamento, cada música, cada ruído, nesse espaço etéreo é como se fosse nada, mas está sempre presente e ardente. Nada, agora, é a distância da separação na forma assombrosa de um vil e lânguido lamento. A vida passada e corrida é como a salvação que se afasta do naufrago, atormentado e ferido em seu corpo e seu ser, nus. É como a velocidade da qual não se pode fugir do mesmo mundo. Por isso, maltrata-se, pois a verdade é intensa e machuca, a certeza é uma tortuosa procura que não se acha a caça, apenas se vive e não se esquece, nunca!

Djalma João da Silva
Enviado por Djalma João da Silva em 12/07/2007
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