Apocalipse de um Amanhã que já se Foi

Depois do arrebol e da estrela primeva

cessou o canto diurno da natureza

mas, inaugurou a noite o curiango

com trinados estridentes arrepiantes

como as guitarras esquecidas do passado

que são repetições na minha vitrola

de rifes marcantes e bemóis de poemas

que surgem com fantasmas de Hendrix

nas vielas dos desertos de Morrison

com peiote e cactos adjacentes

como as viagens psicodélicas de Jim

lendo as páginas de Aldous Huxley

e adentrando as portas da percepção

que Castañeda singrou as chaves

daquelas fechaduras de Ixtlan

onde o mestre Juan de Sonora

hermetificou todos os segredos

do infinito inacabado

mas, Pan foi cinzelada no Éden

no âmago de uma maçã chilena

e, depois Adão adormeceu

esperando frutificar os frutos

que naquele amanhã frutificariam

até os confins do mundo

sacrificando o pecado no sangue de Abel

que morreu para nascer a poesia.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 24/04/2016
Código do texto: T5615061
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.